sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Quem sabe...

OBS: O drama "Louvor à morte" não tem nada a ver com o conto, no entanto a música combina. (De qualquer maneira, recomendo que assistam esse mini drama!)

Parte de mim morreu, quando você foi embora. Era a parte que ainda sabia amar. Agora tudo o que restou são cicatrizes e feridas abertas. Eu lhe disse tantas vezes que a amava e você sempre respondia “eu também”. Entendo agora, que você nunca me amou; eu fui para você apenas um brinquedo que com o tempo se desgasta, fica velho e já não lhe serve mais.
Você poderia ter me deixado há muito tempo, mas talvez por sentir pena, deixou que a minha fantasia romântica durasse um pouco mais. No entanto, deveria ter feito isso a mais tempo, porque talvez agora eu já tivesse me acostumado a acordar sem vê-la adormecida em meus braços, a ir dormir sem a sua companhia e passar os fins de semana sem ir viajar para a praia, para que você pudesse ver o mar... pensando bem, acredito que você gostava até do mar mais do que de mim.
Enfim, eu sei que sou uma mulher complicada, porque dentro de mim existe um caos enorme e tem dias que sinto tanta dor, que não consigo nem levantar da cama. Talvez eu tenha sido um fardo para você e por isso tenha se cansado de mim. Mas ao menos antes de ter ido embora, poderia ter se despedido, poderia dizer poucas palavras, não precisava me abraçar. Porém, deixar um bilhete na cômoda próximo a cama com as seguintes palavras “Estou indo embora. Não me procure e não me ligue.”, ora, isso foi covarde e cruel de sua parte. Quer dizer, eu entreguei meu coração a você e mesmo assim, não teve nem o mínimo de consideração por mim. Agora mesmo que eu queira, não consigo lhe encontrar. Seu número foi desativado, e você desapareceu, como se nunca tivesse feito parte da minha vida.
Quem sabe, realmente você nunca tenha existido de verdade.
- Sheila Tinfel
05/11/2019

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