domingo, 28 de abril de 2019

Uma Promessa


A chuva cai lá fora e alguns respingos batem na janela do meu quarto, enquanto eu observo você, de olhos fechados, deitada na cama e alguns fios dos seus cabelos castanhos sobre seu rosto.  E penso que talvez seria mais simples se eu pudesse dizer a você o que sinto, sem medo de lhe perder.
Eu, bem sei que o amor é subjetivo demais e que quando amamos, ficamos tolos e cegos, mas não importa, porque estou cansada de esperar você se decidir, se vai ou fica, se me ama ou se sou para você, mais uma paixão passageira. Quando estou assim tão perto de você, como agora, me sinto vulnerável, porque, por mais que eu tente reprimir meus sentimentos e desejos, não consigo. Você é como um vício, quando lhe beijo, quero sempre mais...
E todos os dias, vivo com a insegurança, de que em algum momento de nossas vidas, você se vá, sem mais nem menos, e sei que me avisou desde o início, que o que temos não é algo sério ou importante... mas parece que tudo o que fala é da boca para fora, em uma tentativa frustrada de me afastar, porque tem medo de amar, da mesma maneira que teme a dor. E o medo lhe cega, esconde a verdade, que é simples, que eu lhe amo e não pretendo magoá-la, mesmo porque, vê-la sofrer, apenas faria com que eu sofresse também. Entende? A sua dor, é a minha dor.
Não posso dar a você, as estrelas, a Lua ou o mundo, mas o meu amor será sempre inteiramente seu, porque não há nada no universo todo, que eu ame mais que você.
...
Quando ouvi você chamar meu nome naquele dia, acordei de meus devaneios e pensei em lhe dizer o discurso que criei em minha mente, mas quando ouvi você dizendo que iria embora, perdi a coragem e imaginei que teria tempo para oferecer a você, muito mais que a futilidade da nossa relação. Imaginei errado, não é? Pois, agora converso com uma lápide cinza e fria, que contém gravada nela, seu nome... e não há resposta. Estou falando com uma placa de cimento inanimada, enquanto custo a aceitar, a acreditar que seu corpo está aí, debaixo da grama, dentro de um caixão preto. Eu tinha tanto medo de perder você, mas nunca esperei que fosse dessa forma. E apesar de isso ser uma despedida, eu manterei você viva em meu coração e a imortalizarei em meus versos. Eu prometo.

-Sheila Tinfel
27/04/2019

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