sábado, 26 de janeiro de 2019

Descubra A Verdade


Eu observava o sol se pôr, sentado em um banco, na praça, que estava quase vazia. Nesse dia, uma moça, de olhos negros, cabelos escuros e lábios carnudos, se sentou ao meu lado. Ela disse:
- O senhor é um padre?!
E embora, a pergunta tenha sido retórica, eu respondi:
-Ora, pois, sim.
Então ela se aproximou, sorriu e fez uma observação um tanto não muito comum, levando em conta toda a minha vida!
-É uma pena. Tem olhos muito bonitos.
-A senhora está bem?
-Estaria melhor se o senhor não fosse padre.
-Como é?
Ela aproximou seu rosto do meu e indagou:
-Com todo o respeito, o senhor está se fazendo de bobo, ou não é desse planeta?
-Ora de que planeta além desse seria possível eu ter nascido?
-Não sei, diga você!
Como eu fiquei em silêncio, ela resolveu dizer algo.
-Se o senhor é desse planeta, suponho que esteja se fazendo de bobo. Mas eu o compreendo!
-A senhora é uma jovem engraçada.
- E o senhor, um jovem enganado!
- O que quer dizer com isso?
- Nada que o senhor concorde.
- Como?
- É obvio que eu e o senhor, acreditamos em teorias diferentes... conceitos, ideias divergentes.
- Quer dizer que não é católica?
- Quero dizer que o senhor acredita na moral, na bondade humana, em um deus onisciente, onipotente, que castiga quem sair da linha e em milagres... etc... etc...
- Ah! A senhora é ateia.
- Exatamente, entre outras coisas!
            - Como por exemplo?
- Mulher, inteligente, bonita, criativa, sagaz, sarcástica! Bom... e pertenço a mesma espécie que a sua.
- Resumindo, humana.
- Sim, temos algo em comum!
- Que bom que não tem mais dúvidas sobre de onde venho!
- Ah, vejo que o senhor também gosta de sarcasmo!
- é... pode-se dizer que sim.
Depois desse dia, ela esteve presente na minha mente quase que constantemente. Então, apesar de toda a minha luta, para esquecê-la e exterminar esses sentimentos do meu coração, acabei a encontrando outras vezes. No começo era apenas para vê-la, conversar com ela..., mas, com o tempo, fomos ficando mais próximos, mesmo, tendo visões de mundo completamente diferentes.
Me sentia muito bem com ela, porém, a noite eu tinha pesadelos, porque me sentia culpado. Não queria ser apenas amigo dela, porque eu a desejava, queria poder beijá-la, senti-la, amá-la, como alguém comum. Teve muitas madrugadas de insônia, que pensava em nunca mais vê-la, porém os meus sentimentos por ela, eram mais fortes. E Lívia não se importava com toda a complexidade de que eu fazia parte. Para ela, era simples, dois humanos que se amam. Confesso que gostava dessa ideia, mas não conseguia deixar de me odiar por isso.
Passamos 9 meses assim, até o dia em que a culpa me consumiu por inteiro. Enlouqueci completamente... por isso fui até a casa dela e a encontrei sentada no sofá da sala. Ela sorriu e disse que estava surpresa em ver, porque não tínhamos combinado nada e eu não a respondi, apenas fiquei a observando.
- O que você tem? O que... Por que não diz nada? Responde!
- Me sinto culpado... culpado!
- Ora, já disse que isso tudo é tolice. Desista de ser padre, se não é o que quer.
- Eu não posso.
- Por quê?
- É meu dever, meu destino.
- Não existe destino. Acorda!
E quando ela se aproximou de mim, eu a acertei com uma faca, na garganta e depois outra no peito, e outra... e mais... muitas vezes. Quando parei e percebi o que eu havia feito, cai de joelhos, próximo ao seu corpo ensanguentado. Entende? Entende, o que fiz? Deus, o senhor deveria ter me impedido... ela não merecia isso. Eu a amava. Amava! Não sei porque não a ouvi. Deveria ter desistido de ser padre e fazer outra coisa da vida. Mas, não... arrogante, como sou, acreditei que era o meu dever, o meu propósito.... pensei que era o que o senhor desejava. Mas não era, não poderia ser. Porque eu a amava. Eu era humano, mortal, tinha sentimentos e desejos.
- Senhor... senhor, senhor! Me escuta.
- O quê, como assim? Eu sempre lhe ouvi. Sempre e olha o que aconteceu.
- Com quem pensa que está falando?
- Deus!
- Deus? Qual dos deuses? Ora, sou seu psiquiatra. Estou tentando lhe ajudar.
- Como? Do que está falando?
- O senhor está numa clínica psiquiátrica... foi internado a 3 meses, não se lembra?
- Não. Não é possível.
-Tanto é, que é a realidade. E o senhor, nunca esteve mais do que uma vez com essa jovem, de quem fala. Além do dia em que a matou, é claro.
- Não... Explique-se.
- Ela estava em uma missa, que o senhor ordenava e então a mãe dela pediu que o senhor conversasse com ela, porque Lívia, não acreditava em deuses. Depois desse dia, o senhor começou a perseguir, a observá-la de longe, até o último, em que a matou.
- Foi tudo um delírio? Ela nunca me amou?
- Não.
- Eu a matei... como pude?
- O senhor está doente e preciso que se acalme para poder ajuda-lo.
- E Lívia... eu amava Lívia. Ela me amava.
- Mais uma vez, o senhor está delirando. Entende? Vou lhe aplicar um sedativo, se acalme.
-Lívia... Lívia, eu te amo. Amo voc....


-Sheila Tinfel

20/01/2019



sábado, 19 de janeiro de 2019

Desejo Liberdade

Eu gostaria de ser livre
assim como um pássaro
que voa longe
tocando o céu
e sendo tocado pelo vento
batendo as asas
e vivendo em um mundo
tão inesperado
quanto os sonhos
vive no alto
ultrapassando os limites
fugindo da monotonia
de uma vida humana
vê belas estrelas e a Lua
se apaixona
e ainda assim continua
voando livre
junto de quem se ama!
-Sheila Tinfel

O Ateneu, A Obra Que Transcende A Moralidade


O Ateneu, escrito por Raul Pompeia em 1888, é uma obra fascinante, que traz à tona a hipocrisia da sociedade brasileira. O romance é narrado em primeira pessoa, e de uma maneira completamente realista.
Sérgio, o protagonista e narrador, descreve e relembra seu passado, quando estudava no internato Ateneu. Local em que ele e os outros alunos viviam sob constante terror, já que o diretor Aristarco era um ditador, que acima de tudo exaltava a moralidade e impunha isso sobre todos no colégio, embora o mesmo seja hipócrita, já que Aristarco, como tantos outros ignorantes presentes na sociedade, consideram a homossexualidade uma imoralidade, algo a ser repudiado, no entanto
em todo o romance, apenas um caso amoroso chega ao conhecimento de Aristarco. O diretor ameaça punir os envolvidos, mas, em descrição evidentemente irônica do narrador, acaba absolvendo os "réus da moralidade" para salvaguardar as finanças da instituição (Miskolci; Balieiro, 2011)
portanto fica claro que o que importa de fato é o dinheiro e não a falaciosa moralidade. Além desse acontecimento, há outros interessantes, em que podemos considerar como algo que nos provoca a pensar, refletir. Por exemplo, as amizades frustradas de Sérgio, que embora foram poucas, marcaram a sua vida. Primeiramente Sanches, que ele considerava um protetor e o ajuda em suas lições escolares, porém depois que Sérgio percebe um envolvimento mais intimo por parte de Sanches, os dois acabam brigando, e assim terminam a amizade. Depois, Sérgio acaba se aproximando de Franco, aluno que sempre era castigado e não obedecia às normas, mas essa aproximação não dura muito tempo. Em seguida, ele estabelece nova relação de amizade, agora com Bento Alves, e se tornam muito íntimos e inseparáveis.  O então amigo de Sérgio, tinha por ele, um forte zelo, como se pode observar nas seguintes passagens:
na biblioteca, Bento Alves escolhia – me as obras: imaginava as que me podiam interessar; e propunha a compra, ou as comprava e oferecia ao Grêmio, para dispensar-se de mas dar diretamente. No recreio, não andávamos juntos; mas eu via de longe o amigo atento, seguindo – me o seu olhar como um cão-de-guarda (POMPEIA, p. 56, 2012);
“Soube depois que ameaçava torcer o pescoço a quem pensasse apenas em me ofender...” (POMPEIA, p.56, 2012); “no movimento geral da existência do internato, desvelava-se caprichosamente; sabia ser de modo inexprimível, fraternal, paternal, quase digo amante, tanta era a minudência dos seus cuidados” (POMPEIA, p. 56, 2012). E depois das férias, Bento Alves agia um tanto diferente com Sérgio, e esse momento é ilustrado pelo protagonista, no seguinte trecho:
por ocasião da abertura das aulas, notei – lhe um calor novo de amizade, sem efusões como dantes, mas evidentemente testemunhado por tremores de mão ao apertar a minha, embaraços na voz de amoroso errado, bisonho desviar dos olhos, denunciando a relutância de movimentos secretos e impetuosos. Às vezes mesmo, um reflexo assustador de loucura acentuava-se -lhe nos traços (POMPEIA, p. 84, 2012)
            Embora as coisas estavam calmas e serenas entre os dois, Bento Alves atirou-se contra Sérgio, e acabaram lutando. Dias depois, soube-se que Alves saiu do colégio, e dessa forma, mais uma amizade acaba. Posteriormente Sérgio torna-se amigo de Egbert, e desse, fora amigo verdadeiramente. E pelo novo amigo, o protagonista nutria fortes sentimentos, e é nesse momento que a descrição dos seus sentimentos e desejos é clara e quase que não se esconde nas entrelinhas: “Vizinhos ao dormitório, eu, deitado, esperava que ele dormisse para vê-lo dormir e acordava mais cedo para vê-lo acordar” (POMPEIA, p. 88, 2012); “Eu por mim, positivamente, adorava-o e o julgava perfeito” (POMPEIA, p.88, 2012); “era elegante, destro, trabalhador, generoso. Eu admirava-o, desde o coração até a cor da pele e à correção das formas (POMPEIA, p.88, 2012); “nós dois, sós! Sentávamo-nos à relva. Eu descansando a cabeça aos joelhos dele, ou ele aos meus” (POMPEIA, p. 90, 2012). Apesar disso, depois que Alves e Sérgio foram jantar na casa de Aristarco, como prêmio por tirarem boas notas, a amizade entre os dois se dissipou, pois, Sérgio recebeu muitas carícias de D. Ema, esposa de Aristarco, o que reafirmou o amor platônico que ele sentia, e por isso decide se afastar de Alves. De todos esses momentos narrados pelo protagonista, podemos concluir que Sanches e Bento Alves, são comparados e considerados parentes, por Sérgio e Egbert, como amigo verdadeiro, mas a questão é que esses termos, nomes, designações, podem ser nesse caso utilizado como um véu, ou neblina, que encobre a realidade. Talvez o narrador, quisesse dizer o que sentia, desejava e por quem, verdadeiramente, como um grito de liberdade, porém discretamente, porque não entendia, e considerava vergonhoso ou errado o que sentia, pois aprenderá isso, desde de criança. E isso nos faz pensar em quantas pessoas, se sentem da mesma maneira que Sérgio. Todas presas em suas próprias mentes, angustiadas, e fingindo ser o que não são, algumas vezes até para si próprias. Que escondem seu verdadeiro eu dos outros, por receio que os olhem com nojo, asco, ou que as pessoas que amam as despreze, e as repudie. Ou ainda por saberem que podem ser espancadas e mortas, apenas por amar. Essas pessoas que acabam sendo escravas da moral, enquanto os ditos moralistas, na maioria das vezes são exímios hipócritas, que não fazem o que dizem, que não põem em prática o que acreditam. Além de que o conceito de moral não deveria ter tanto valor, pois foram os próprios humanos que criaram, e como a humanidade, a moralidade é mutável e se adapta as circunstâncias, ou seja, a ideia de certo e errado, normal e anormal, bom e mau.  Tudo isso não lhe parece patético? Sofrer por ser o que se é? Quando você não teve escolha sobre isso. Não podemos escolher a quem amar, da mesma forma que não podemos optar por nascer ou não. E embora, outros possam decidir sobre nosso nascimento, ninguém pode dizer por quem nós devemos nos apaixonar, ou por quem podemos ou não sentir atração. É simples assim, e quem não entende isso, pode até não aceitar, mas tem o dever de respeitar os que não se adequam aos seus patéticos padrões de normalidade.
            “Com o predomínio insensato das religiões, o amor deixou de ser um fenômeno, passou a ser um ridículo ou uma coisa obscena” (POMPEIA, p. 62, 2012), apesar disso, precisamos ver a poesia e a beleza de amar, é necessário destruir essa visão retrógrada que é preciso sentir-se envergonhado por estar amando. Pois, O amor é para ser vivido de todas as formas, e livres de julgamento.
            Portanto, entendemos que essa obra, suas personagens, seu enredo, diz muito sobre nós mesmos e a nossa sociedade. É atemporal, porque podemos discutir problemas contemporâneos, a utilizando, como ferramenta, além de estar para além da moral, assim como toda verdadeira arte, pois já afirmava Raul Pompeia, “a verdadeira arte, a arte natural, não conhece moralidade. Existe para o indivíduo sem atender à existência de outro indivíduo. Pode ser obscena na opinião da moralidade...” (O Ateneu, p. 64, 2012).
- Sheila Tinfel

REFERÊNCIAS:
BASTOS, Natacha. O Ateneu. Disponível em: <http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/o-ateneu.html>. Acessado em: 18/01/2019.
OLIVEIRA, João Gabriel S. M. Sexualidade no Brasil do Fim do Século XIX em “O Ateneu”, de Raul Pompéa. Disponível em: <http://www.bulevoador.com.br/2013/11/sexualidade-brasil-fim-seculo-xix-em-o-ateneu-de-raul-pompea/ >. Acessado em: 18/01/2019.
POMPEIA, Raul. O Ateneu. 5ª edição. Santa Catarina: Editora Avenida,2012.
MISKOLCI, Richard; BALIEIRO, Fernando de Figueiredo. O drama público de Raul Pompeia: sexualidade e política no Brasil finissecular. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-69092011000100004&script=sci_arttext >. Acessado em: 18/01/2019.


domingo, 13 de janeiro de 2019

Enquanto...


Enquanto não amanhecer, ela estará em meus braços, poderei acariciar seus cabelos e sentir seu doce perfume. Mas quando o Sol nascer e iluminar o quarto, ela abrirá as cortinas, me beijará com seus lábios quentes, irá sorrir e com os olhos marejados, dará as costas para mim, chegará a porta e então irá embora.
E esse foi o último dia que eu a vi.
Depois dela sair de casa, acabou sofrendo um acidente e não resistiu.
O homem sentado ao meu lado do banco, com cara de assustado, ponderou por um momento e então me perguntou:
- Se já aconteceu, por que conta a história como se estivesse a vivendo no presente?
-Porque eu estou. Porque sinto a dor da perda todos os dias... E reviver a história assim, as minhas últimas horas com ela, ameniza a dor. Faz com que pareça que ela está aqui... Comigo.
O homem que escutou a história de como perdi o amor da minha vida, se levantou, pegou sua garrafa de vodca, bebeu um gole e disse:
- Siga em frente.
Ele saiu. E eu continuei ali, em pé, de frente para o balcão, observando meu copo de whisky e pensei: " Eu já tentei seguir em frente... ainda tento, todos os dias, cada minuto da minha vida. Cada minuto...".


-Sheila Tinfel

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

A FRUSTRAÇÃO DE AMAR EM SEGREDO


Os seus olhos negros me causam confusão. Me perco neles, de tal maneira que sinto medo. Embora, eu não saiba muito bem o que temo, sei que a ideia de não poder vê-lo nunca mais, me assombra todos os dias, e principalmente nos quais, o acaso faz com que nos encontremos, em momentos inesperados da vida. É nessas ocasiões que meu coração grita as coisas que desesperadamente quero dizer a você. Sei que nunca as digo, mas é porque não sei como dizê-las, apesar de que a muito tempo, eu venho tentando descobrir uma maneira de fazê-lo.
Eu escrevo versos sobre você, porém não consigo proferir uma única palavra que consiga expressar o que sinto. Me frustro todas as vezes. E mesmo assim, não consigo deixar de me encantar pelo seu sorriso tímido, pela escuridão inebriante do seu olhar e pela maravilhosa sensação de senti-lo, me envolver com seus braços, em um abraço, ou de me maravilhar com a poesia de que é feita a sua voz extasiante.
Se eu pudesse ser os meus versos, os que escrevo, então, poderia mostrar a você, tudo que sou, tudo que sinto, e tudo que vejo, e talvez dessa forma, nossos corações fossem capazes de entender um ao outro, sem receio, e sem constrangimento, somente a beleza poética da vida, na qual  o amor prevalece.


- Sheila Tinfel

A Loucura Instaurada


Os ignorantes
Os Intolerantes
Os Boçais
Os Hipócritas
Os Fanáticos
Estão no poder

Agora
Os meios são justificados pelos fins
Mesmo que os FINS sejam
tão inúteis e absurdos quanto os MEIOS

Agora
O ódio é algo a ser exaltado
A intolerância a ser glorificada
A hipocrisia a ser exibida
O fanatismo a ser estimado

Hoje
Ironicamente e estranhamente
Toleramos o intolerável
Veneramos o que não se venera
Idolatramos falsos ídolos
Chamamos de mito, o abominável

Eis o que nos tornamos:
Humanos sem humanidade
Moralistas imorais
Sábios idiotas

Rimos da desgraça alheia
e da nossa própria
Talvez porque
O medo de coisas inexistentes
nos cegou
Ou então, porque
Nos perdermos em meio a tanta confusão
E enganação

Hoje
Os sonhadores
são vistos e tratados como palhaços
Os inteligentes
são chamados de loucos
Os altruístas e moderados
São entendidos como comunistas

E mais uma vez
Nosso povo mostrou
Que prefere viver na Matrix
do que ver a verdade
Tripudiar encima dos mais fracos
a reconhecer os erros do passado
Que preferem o ódio ao amor
Que se sentem mais confortáveis
com a dor do outro
pois preferem isso, a perder os seus privilégios
E que acreditam em meritocracia
em um país repleto de desigualdade social


-Sheila Tinfel

Postagem em destaque

A Arte É Liberdade

A arte transcende a moralidade e nós artistas, não devemos levar em conta a moral e a ética, porque ao nos preocuparmos com essas questõ...