sexta-feira, 26 de julho de 2024

Crônica de uma professora azarada

     O mês de julho: Tudo começou quando comecei a passar mal, me sentia tonta e eu sempre acabava minhas noites no Pronto Socorro porque minha pressão baixava muito. Descobri ser efeito colateral de um dos remédios que tomava de uso contínuo. Então, o médico trocou por outro. Estava indo (quase) tudo bem e novamente adoeci. Vomitava e não conseguia comer, o que me levou a perder muito peso e ficar debilitada. Fui em vários médicos, nada adiantava. Por isso paguei consulta particular e o exame, então descobri que era gastrite. Tomei os medicamentos necessários e restringi a minha dieta, não podia comer muita coisa que gosto (ainda não posso), porém melhorei (embora o tratamento dure cinco meses). Infelizmente quando comecei a me sentir melhor, acabei tendo sinusite e os antibióticos pioraram o que estava controlado, mas felizmente a sinusite acabou e o estômago acalmou.

Enquanto tudo isso acontecia, algo mais estava incomodando: a visão. Percebi que não conseguia enxergar direito nem longe, nem perto, a luz irritava meus olhos e costumava coçar e arder. A questão é que troquei os óculos três meses antes, portanto não deveria estar enxergando tão mal. O oftalmologista avisou que se isso acontecesse era para voltar e fazer exames. Sim, era meu plano, porém gastei muito com o tratamento da gastrite. Se fosse somente isso ainda seria razoável, mas nesse mesmo mês meu carro estragou duas vezes: uma em que ele desligou na ponte em uma noite chuvosa, portanto, foi bem complicado, porque não estava conseguindo nenhum guincho para rebocar meu carro e os vidros não fechavam, então chovia muito no interior do veículo. Felizmente horas depois um guincho salvador veio me buscar. Cheguei em casa e adivinha? Meu celular estava sem bateria, mas não carregava, porque havia entrado água nele. Sequei com o secador e deu certo, porém de manhã a parte de trás do celular descolou! A segunda ocasião foi justamente na manhã em que as aulas voltaram e meu carro não ligou, portanto, meu noivo me levou para o trabalho (atrasei seis minutos). Outra vez precisei de guincho, no entanto, dessa vez foi direto para oficina e lá ficou um dia e meio. 

    Foi assim que gastei meu salário, o limite do meu cartão e o cheque especial, além de não poder ter consultado com o oftalmologista! Enfim, caro leitor, a vida de fato é engraçada.

terça-feira, 16 de julho de 2024

Transformação


 Você costuma se olhar no espelho todos os dias? Porque eu tenho evitado. Pois quando olho vejo algo que abobino. 

Uma pessoa cansada de lutar, exausta e ferida. Atormentada por todas as lembranças que insistem em enfiar a faca afiada no centro do coração.

Odeio reconhecer que a mulher idealista, sonhadora e esperançosa foi enterrada na escuridão. Agora somente sinto ódio, raiva e desespero. Ódio por tudo que me aconteceu durante todos os anos em que tentei lutar, e raiva por ter me deixado vencer. 

Desespero? Ah, sinto porque não vejo a luz no final do túnel e tenho medo de dessa vez não conseguir.

É estranho afirmar que me sinto sozinha. Mas provavelmente estou mesmo. Eu morri e a que ficou em meu lugar é inútil o suficiente para ser uma estranha em meio a tudo. 

Teve alguém que me ensinou a nunca desistir e sempre ver o lado bom das coisas. Mas confesso que sem ele aqui  fica mais difícil. Aprendi, mas quando a morte o levou ainda não estava preparada para seguir o caminho sem seu apoio. E depois ainda tinha alguém que me fazia ser forte, porque ela era uma máquina indestrutível, me libertava de todo o caos, porém pouco tempo depois de perdê-lo, ela também se foi de maneira injusta e cruel. Portanto, não interessa o quanto eu tente, parece que só vejo escuridão e dor. Todos os traumas de infância, adolescência, juventude e as perdas se tranformaram em um tisuname que me engoliu. Estou sufocada, tentando nadar sem parar, com o objetivo de chegar a areia, a terra firme e sentir a luz do Sol me iluminar. Esse é meu maior sonho.

- Sheila Tinfel 

16/07/2024

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