Coisas tristes acontecem em
nossas vidas... algumas traumatizam e nos atormentam pelo resto de nossa
medíocre existência.
A minha história é um
amontoado de traumas causados por bullying e relacionamentos abusivos. Já fui
muito machucada, mas nada se compara a dor da perda de quem amamos.
Meu pai é alguém extremamente
importante para mim, e infelizmente ele tinha leucemia e acabou falecendo em decorrência
da doença.
Quando eu recebi a notícia
tomei um choque e só depois consegui chorar. É como se tivessem me paralisado,
me tirado o ar e depois arrancassem uma parte de mim. Tudo desabou... inclusive
a vontade de fazer parte da realidade. Eu odeio a minha metade que vive no
mundo real, porque ela não me deixa esquecer da dor de não o ter mais aqui.
Embora nem nos sonhos era possível
ficar bem, porque eu tinha pesadelos em que ele estava doente e sofrendo.
Depois de um tempo, quando eu já estava mais conformada comecei a sonhar que estávamos
juntos e ele sorria! Era tão bom vê-lo sorrir, me trazia paz e melhor ainda era
ouvir: - Isso é tudo da cabeça de vocês. Eu estou aqui, sempre estive.
No entanto, meu cachorro que vivia
comigo desde que eu tinha oito anos de idade, acabou morrendo e mais uma vez, a
sensação de asfixia e de que estavam arrancando algo de dentro de mim, com toda
a força voltou. E então tive pesadelos novamente... com meu pai, doente.
Sabe... as pessoas temem o
inferno. Eu acho isso engraçado. E por quê? Não é bastante óbvio? A realidade
já é agonizante e dolorosa, tanto quanto ou mais que o suposto “inferno”.
Sobreviver é difícil, não é
mesmo caro leitor? Eu sei, mas enquanto vivemos juntos, meu pai me ensinou uma coisa e meu amigo canino
também: Que embora a situação pareça insuportável, você vai sobreviver, e poderá
sorrir novamente, mesmo que às vezes a sua dor retorne de tempos em tempos.
- Sheila Tinfel
18/02/2022
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