Eu a amava, mas meu amor nunca
seria o suficiente. Passei algum tempo torturando a mim mesma, buscando fazê-la
perceber que eu sentia algo por ela, tentando também me fazer entender que não
era errado sentir o que sentia.
Naquela época eu tinha vergonha
por ter me apaixonado por uma mulher. Hoje não me importo. Sempre fui
desajustada, não faria diferença mais um detalhe na lista das minhas “anormalidades”.
A questão é que meu medo de ser
rejeitada por ela e pelas pessoas que amava me fez engolir em seco todo e
qualquer sentimento. Reprimi por tanto tempo, embora às vezes não conseguia
disfarçar. Mesmo não dizendo nada, meus olhos contavam tudo. O jeito que eu
olhava para ela, os momentos de transe, porque de fato aquela jovem me
fascinava de tal maneira, que nunca consigo descrever de forma precisa.
Ah, caro leitor! Aquela mulher
era estonteante. Extremamente inteligente e bonita. Era um prazer ouvi-la falar
sobre literatura, política ou acontecimentos banais. E um verdadeiro privilégio
observar bem de perto aqueles olhos castanhos profundos.
Tudo bem! Sei que acabei a endeusando, porém, não há como negar a verdade. Levei seis anos para esquecê-la ou pelo
menos o sentimento que havia em meu coração.
Moral da história? Não sejam
tolos e covardes. Depois você vai ficar o resto da vida se perguntando: e se eu
tivesse tentado? Nenhum de nós tem a vida toda para buscar o que queremos. O
tempo passa rápido demais e quando perceber já é tarde.
- Sheila Tinfel
05/06/2024